sexta-feira, 15 de julho de 2011

MEMORIAL DE MARIA FÁTIMA

1 Apresentação 
  
A elaboração do Memorial de Maria Fátima é uma das atividades do Curso de Formação de Formadores Presenciais, oferecido pela Escola de Governo do DF (EGOV).
O meu nome completo é Maria Fátima de Oliveira Taffner, nascida no Ceará, trabalho na EGOV e a seguir registro um pouco da minha caminhada.
Minha família, honrando a tradição nordestina, chegou à marca de 9 filhos, 6 nascidos na cidade de Barro no interior do Ceará, inclusive eu, e 3 nascidos na nova capital. Viemos para Brasília em 1966, como outros milhares, em busca de melhores condições de vida. Alcançamos o nosso objetivo.

2 Formação e experiências

2.1 Primeiros passos

Com relação à minha formação, posso dizer que cresci num ambiente que não estimulava a busca pelo aprendizado, e sim, pela conclusão de todas as fases (séries) até a tão sonhada conclusão do atual ensino médio, quando poderíamos ficar algum tempo sem estudar.  Não havia tantas oportunidades para a realização de um curso superior, restringindo-se à UnB, sonho distante de alunos que como eu, trabalhava o dia inteiro e estudava à noite, num curso profissionalizante mais próximo da minha casa, e a poucas faculdades particulares que não cabiam no meu bolso. Comecei a trabalhar para poder comprar os meus livros escolares, bicicleta e roupas.  Eu e duas amigas dividíamos os livros, até aparecer uma professora de história “insensível” que obrigou cada uma de nós a ter seu próprio livro. Ficamos assim, cada aula era o dia de uma de nós, das duas que estudavam na mesma sala, levar uma bronca porque não tinha o livro.
Quando estava ainda no Ensino Fundamental e morava no Cruzeiro Novo, fui “selecionada” para “substituir” alguns professores do Jardim de Infância. As aspas são porque até hoje não sei como fui escolhida, eu era super tímida e tinha dificuldades para me expressar. A experiência foi um pouco traumática. Outra experiência menos traumática que tive no Ensino Médio,  foi a de auxiliar um professor de Língua Portuguesa que me entregava as provas aplicadas em todas a turmas, inclusive na minha, durante a semana, para que eu corrigisse no fim de semana. No domingo a tarde ele ia buscar as provas e esperava encontrar um bolo gostoso que minha mãe fazia. Apesar dessas experiências, sempre achei a profissão de professor/educador nobre e desafiadora.

2.2 Caminhando, construindo e aprendendo

Em 1981 conclui o Ensino Médio: Técnico em Construção Civil, sem intenção alguma de atuar na área. 
Em 1982 obtive aprovação nos Concursos Públicos para Técnico de Administração Pública e Escrivão de Polícia. Fui convocada para o primeiro e não me empenhei para as demais fases do segundo.
Felizmente fiz essa opção, um pouco sem entender na época. Fui lotada no Instituto de Desenvolvimento de Recursos Humanos (IDR), órgão da Administração Direta responsável pela seleção e capacitação dos servidores do Governo do Distrito Federal.
Trabalhei no planejamento e realização de concursos públicos e comecei minha graduação em Administração de Empresas na AEUDF, influenciada pelo trabalho realizado aqui. Gosto de trabalhar com pessoas e para pessoas. Participei de diversos cursos no IDR destinados à capacitação e formação dos servidores para um melhor desempenho das atividades específicas.
O IDR tinha a realização de concursos públicos como o “carro chefe”, em face do grande número de seleções realizadas e que geravam uma grande arrecadação com as taxas de inscrição. A capacitação de servidores era o “pato feio”, representava gasto do dinheiro arrecadado. A formação, desenvolvimento e valorização dos servidores não enchia os olhos de boa parte dos dirigentes. Apesar disso, o IDR desenvolvia vários cursos para formação dos servidores dos diversos órgãos do Governo.  
Felizmente esse olhar mudou, apesar da extinção do IDR, em outubro de  2000,  que era um órgão com relativa autonomia, foi criada a Escola de Governo do DF que assumiu parte das competências do IDR, com a missão principal de desenvolver ações de educação continuada objetivando a melhoria contínua dos serviços públicos.
Foi uma mudança muito grande sair do planejamento de concursos, selecionar candidatos, e passar para o planejamento de ações de formação para  servidores em exercício. 
Quando comecei a atuar na capacitação de servidores entendi a importância desse processo, o ganho significativo para os servidores que muitas vezes se encontravam em situação de total desconhecimento da atividade a ser desenvolvida e também dos órgãos.
O serviço público é uma das mais importantes tarefas de uma nação e o servidor público qualificado e comprometido é o motor necessário para o funcionamento eficaz da máquina. Tenho orgulho de ser servidora pública.
Em 2001 a Escola de Governo deu início a uma série de programações com o objetivo de promover a formação, a qualificação e o desenvolvimento dos agentes públicos na busca da melhoria da gestão pública.
Nessa trajetória na EGOV participei de diversos eventos de formação e aperfeiçoamento.
Apesar das propostas e discursos apresentados, a Escola ainda não ocupa o  seu espaço no universo do GDF, como órgão formador de agentes públicos conscientes e críticos do seu papel. Não avançamos muito.
Buscando uma especialização em áreas voltadas para as competências da Escola, iniciei um curso de pós-graduação em Educação a Distância. Da mesma forma que os projetos de EAD não foram implatados, o meu curso também não foi concluído.
Em face da forma de contratação utilizada desde 2005 em grande parte das ações, participei de cursos de licitações e contratos, elaboração de projetos básicos, atualizações na legislação de contratações, de elaboração de Planos de Capacitação, entre outros.

3 Considerações finais

Agora, em 2011, a Escola vêm trabalhando de forma intensa na implementação de diversos cursos a distância, além dos presenciais. Outra mudança significativa é o olhar diferenciado para o processo, de expectadores em grande parte dele, passamos para protagonistas. Servidores especialistas poderão atuar como formadores, agregando mais valor à formação, sendo remunerados e participarão de programas de formação específica.
Como faço parte do elenco de protagonistas, estou participando do Primeiro Curso de Formação de Formadores Presenciais a distancia. Neste projeto piloto da Escola aprendi bastante com os colegas, tutoras, com os textos que nos levaram a buscar mais informações e com o formato diferenciado do Curso. Consegui enxergar falhas na minha atuação como formadora e pretendo colaborar com o grande projeto de formação continuada da EGOV.

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